sexta-feira, 21 de maio de 2010

Lei da Rolha ou Castração Social?


Caros Fregueses,

Não sei se sentiam já saudades das minhas análises mas eu já sentia saudades de me dirigir a vocês.

Os assuntos que hoje me trazem aqui prendem-se com várias medidas relativas ao mesmo tema –  inibição de comunicação entre os fregueses. Quando Santana Lopes no Congresso do PSD se dirigiu no seu discurso ao simples facto de nem tudo ter que sair para a comunicação social sob pena de ser mal-interpretado e descontextualizado a comunicação social fez soar o alarme... Estávamos a ser sujeitos à Lei da Rolha.. Não se podia comunicar, estávamos a restringir a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão e inclusivamente a liberdade individual.

Que nome dar então ao que se passa actualmente na Junta de Freguesia de Santo Ildefonso? Os fregueses que me estão a ler até podem ser funcionários da dita Instituição e se sim, eu pergunto: estão a rever-se nesta situação? Acham justo que as pessoas não possam dentro do edifício onde trabalham cumprimentar cidadãos que conhecem, que cumprimentam na rua simplesmente porque se pode tratar de pessoas que a Nobreza tem como persona non grata? Os funcionários da Junta não estão autorizados a saudar elementos externos ao aparelho!!! Eu considero isto gravíssimo!

Neste capítulo insere-se também uma polémica que se prende com a existência de câmaras de filmar dentro do edifício da Junta sendo que essas imagens são visionadas durante o horário de expediente. Foi porventura pedido aos funcionários que assinassem uma autorização ou chocará esta medida com a Lei da Protecção de Dados? Servirá esta medida para zelar pela segurança do edifício e seus funcionários ou para saber o que eles fazem enquanto estão lá dentro? Se isto não é uma medida tirânica não sei que outro nome se lhe pode dar. Já para não falar na questão da transparência, se a Junta não tem nada a esconder, porque sente necessidade de vigiar os seus funcionários? Há muita gente no desemprego e se quem lá está não cumpre existem duas soluções possíveis: ou são despedidas ou recolocadas. Mas se não há verbas para a Juventude nem para a manutenção da 7ª Esquadra, de onde aparecem as verbas para o sistema de vigilância e onde é que o seu carácter prioritário está explicado?

Se há transparência, coerência e rectidão na Junta, porque é que as datas das Assembleias só são publicadas no edital e não o são por exemplo no site? Um site fica muito caro meus amigos e se não tem utilidade, para mim passa a ser desperdício e quando reaplicadas essas verbas talvez pudéssemos estar aqui agora a reflectir sobre o bom desempenho da Junta. Que eu saiba ela é de todos e não de um, logo todos deveriam poder assistir às Assembleias e participar no tempo que é seu por direito consagrado. Se há transparência porque não abrir os portões do feudo e deixar a plebe eleitora assistir ao desempenho da sua classe reinante?

Ainda nesta categoria, hoje apetece-me interpelar… Porque não tornar público o orçamento, porque não tornar público o plano de actividades ou os critérios aplicados aos subsídios distribuídos, qual a finalidade e eventual retorno dos mesmos?

Tudo isto são para mim perguntas sem resposta imediata ou quem sabe com ausência total de resposta. Não se compreende que em pleno século XXI se castre, se imponha, se limite, se oculte informação importante - caso não se lembrem o que paga tudo isto são os nossos impostos – em última análise todos os (poucos) trabalhadores desta sociedade subsidio-dependente.

Foi nesta proposta que votaram?

É assim que querem a VOSSA Freguesia?

É aqui que querem fazer vida?

É aqui que querem criar os vossos filhos?

São em última instância estes os valores que lhes querem transmitir?

Estão a vender-se hoje a um poder que amanhã pode não existir mas vocês terão que pagar a vossa quota na mesma não se esqueçam disso.

Questionem, procurem respostas mas acima de tudo construam ou ajudem a construir soluções só  assim vão conseguir chegar mais longe. 

O meu papel é alertar, dar voz aos problemas, tirá-los do anonimato através das palavras. O vosso é analisar, procurar alternativas, agir.

Nunca se esqueçam que a Freguesia de Santo Ildefonso é de quem lá mora, de quem lá vive, de quem lá trabalha e de mais ninguém.

Deixo-vos com mais este momento de reflexão.

Até breve,

Luisa Vaz

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